Thales Amaral / Brazil
“It is not a crime to be a homosexual in Brasil. Unfortunately, we cannot ensure our rights only by the laws: the guidelines of our lives are not only dictated by our governments and I would say that this is good. To my family, being gay is a crime. To some friends – who actually didn’t care about the fact that I am happy – it is a prohibition. At work it is not well recommended for you to be too gay. And for society, which has always criticized our behavior, same sex couples kissing in public are committing a heinous crime.
My name is Thales. I’m 21 years old. I’ve been dating a boy for six months. My mother hides this fact on the deepest part of her subconscious and makes a point of forgetting and pretending that she doesn’t know about my sexuality. Six months from now, my father stopped talking to me. I noticed that some friends also draw apart. My parents knew about my sexuality since I was eighteen and it was a big struggle for them to learn how to live with that, but at the point that I refused to hide myself from the world and live by appearances, they revolted. They even accept that I’m gay, but as long as nobody else know it.
In my country it still considered an attack to the moral and good manners two mans walking down the street holding hands. Our society, in its majority, says that loves gays, lesbians, bisexuals and transgender people… but that they would prefer a straight son. The other day, I was at the market and I heard three seniors – in their forties – saying that they had nothing against us, LGBTI people, but that straight people were losing their rights because of us. Well, if he believed that oppressing and silencing us were his rights, I’m so sorry to inform that he did lost them, because our fight is more and more for freedom.”
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“Não é crime ser homossexual no Brasil. Infelizmente só a lei não é capaz de assegurar nossos direitos. As diretrizes da vida da gente não são ditadas apenas pelos governantes, e eu diria que ainda bem. Para minha família, é crime ser gay. Para alguns amigos – que não se importavam com o fato de me ver feliz – é uma proibição. No trabalho também não é recomendado que você seja muito gay. Para a sociedade, que desde sempre censurou nossos comportamentos, é quase um crime hediondo ver pessoas do mesmo sexo se beijando em público.
Meu nome é Thales. Tenho 21 anos. E namoro um garoto há seis meses. Mamãe esconde essa memória no lugar mais profundo de seu subconsciente e faz questão de esquecer o fato ou fingir que não sabe de nada disso. Há seis meses meu pai parou de falar comigo. Percebi alguns amigos se distanciarem também. Meus genitores sabiam desde os meus dezoito anos de minha orientação sexual, foi uma grande luta para que aprendessem a conviver com isso, mas a partir do momento que recusei me esconder do mundo e fingir viver de aparências, a revolta foi geral. Até aceitam que eu seja gay, mas desde que seja entre quatro paredes.
No meu país ainda é considerado uma afronta à moral e aos bons costumes que dois homens sejam vistos de mãos dadas na rua. Nossa sociedade, em sua maioria, diz que adora gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais… mas que preferem ter um filho hétero. Outro dia eu estava no supermercado e ouvi três senhores, de cerca de uns quarenta e poucos anos, dizer não tem nada contra nós, LGBTI, mas que eles, héteros, estavam perdendo cada vez mais seus direitos. Se ele acreditava que nos oprimir e silenciar eram direitos, sinto informar que os perdeu sim, porque nossa luta é cada dia mais pela liberdade.”
Story and translation from : www.medium.com/umlugarseguro.